sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cumpadi Caipirinha

Bão Pessoá?!
(Cumpadi Caipirinha)

Bão pessoá, que sodade de ocêis
Tive passanu pruns bão apertu
Mais num me deixei se intregá
E to aqui otraveiz

Num sô homi de pedi arrego
Nas hora apertada que Deus me dá
Num corro das provação
Memu que seja pesado meu jacá

Nas andança da vida se aprendi
Que o Pai num dá pra nois peso maió
Que os lombo consegue carregá
Intão esse peso foi fácil suportá

To de vorta pra cá
Adispois de descançá
Aos pouco vou inté
Uns causo novo contá

A oceis tudo iêu agradeçu
Pelas preocupação e carinhu
Nunca se senti sozinho
Andanu no meu caminho

Intão, intão e um abraçu
Beim apertadinho
Do cumpadi Caipirinha

Brasil Caipira

Com toda certeza podemos afirmar que dentro do Brasil existem diversos "brasis", com linguagem e cultura peculiares. Dessa forma, encontramos um "Brasil Caipira", que se destaca por suas histórias, sua gastronomia, sua música, vestes e linguajar, sua cultura em geral.
O termo "caipira" surgiu na época do Brasil Colônia, quando os índios Guaianás do interior do Estado de São Paulo, passaram a chamar de "Ka apir" ou "Kaa-pira" que em Tupi significa "cortador de mato", aos colonizadores brancos,caboclos,mulatos e negros.Termo utilizado com maior frequência no Estado de São Paulo, pode ser encontrado como "capiau"(mesmo significado) no Estado de Minas Gerais, como "matuto" na região Nordeste e como "colono" no Sul.
Embalados por toda essa diversidade cultural, resolvemos explorar a cada postagem, uma parcela desse Universo riquíssimo, de sua origem até os dias atuais. Inicia-se agora,uma viagem fantástica pelo interior do nosso País, pela história de um povo trabalhador, um povo guerreiro e com muita vida pra contar e eternizar, seja na palavra, seja na música.
Esperamos que a cada postagem, nossos amigos e leitores possam identificar-se com esse povo, com essa nossa Terra!!!
E, como diz Mayck Meira "vamo que vamo, no Jeitão da Madeira"...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um toque de Humor em sua Vida!

História da Viola Caipira ou Cabocla

(Imagem: Almeida Júnior, 1850-1899)

Trazida pelos Portugueses que vieram colonizar e povoar as terras descobertas por Cabral, servia como alento para a saudade e enchia os momentos de lazer! No Brasil, sofreu algumas modificações,não só em sua anatomia, mas no número de cordas.


Existem diversas lendas e histórias acerca da tradição dos violeiros.
Há diversas lendas e histórias a respeito das afinações da viola. O nome da afinação Cebolão seria do fato de as mulheres chorarem, emocionadas ao ouvir a música, como quem corta cebola.
A afinação Rio Abaixo seria originada na lenda de que o Diabo costumava descer os rios tocando viola nessa afinação e, com ela, seduzindo as moças e as carregando rio abaixo. Do violeiro que utiliza esta afinação diz-se, eventualmente, que pode estar enfeitiçado ou ter feito pacto com o demônio.
Acredita-se que a arte de tocar viola seja um dom de Deus, e quem não o recebeu ao nascer nunca será um violeiro de destaque. Porém, a lenda diz que mesmo a pessoa não contemplada com este dom pode adquirir habilidade de um bom violeiro. Uma das opções seria uma magia envolvendo uma cobra-coral venenosa e é conhecida comosimpatia da cobra-coral. Outro modo seria fazer rezas no túmulo de algum antigo violeiro na sexta-feira da paixão. Há ainda a possibilidade de o violeiro firmar um pacto com o Diabo para aprender a tocar viola.
O pesquisador Antônio Candido conta que na região da Serra do Caparaó, assim como em outras, o Diabo é considerado o maior violeiro de todos. Tal mito explica a quantidade de histórias, em todo o Brasil, de violeiros que teriam feito pacto com o Diabo para tocarem bem. Porém, o violeiro que faz este tipo de pacto não vai para o inferno já que todos no "céu" querem violeiros por lá.
Uma característica dos violeiros típico do nordeste são os duelos de tocadores. Todo bom violeiro se auto-afirma o melhor da região. Se outro violeiro o contraria, o duelo está começado.
Em certas regiões, por tradição, as violas carregam pequenos chocalhos feitos de guizo de cascavel, pois segundo a lenda, tem poder de proteção para a viola e para o violeiro. Segundo contam os violeiros de antigamente, o poder do guizo chega a quebrar as cordas e até mesmo o instrumento do violeiro adversário.

(Fonte: Wikipédia)
" Cremos entretanto que a vida nômade dos sertanistas e bandeirantes não impedia o uso da viola. Trago para estas páginas o testemunho insuspeito de meu avô materno, Virgílio Maynard, tropeiro, que dos 12 aos 60 anos de idade, isto é, desde 1870 palmilhou as invias estradas do Rio Grande do Sul a São Paulo. Contava que nunca vira seus peões e camaradas viajarem sem sua viola, quase sempre conduzida dentro de um saco, amarrada à garupa de seu animal vaqueano. Não havia pouso que após o trabalho azafamado do dia, não tocassem antes de dormir o sono reparador. Quando a zona era infestada por animais ferozes e havia necessidade de dormir com o fogo aceso noite a dentro, o violeiro, no interregno de lançar achas ao braseiro, plangia sua viola dolentemente." (Professor Alceu Maynard de Araújo - Artigos da Revista Sertaneja - Julho de 1958 a Maio de 1959).
E, é dessa força do trabalhador, do tropeiro, do caipira, que surge a força da música sertaneja!!




Viola Cabocla

Viola Cabocla

Tião Carreiro e Pardinho

Composição: Tonico / Piraci
Viola cabocla não era lembrada...
Veio pra cidade sem ser convidada...
Junto com os vaqueiros trazendo a boiada...
O cheiro do mato e o pó da estrada...
Fez grande sucesso...
Com a... disparada...
Viola cabocla feita de pinheiro...
Que leva alegria pro sertão inteiro...
Trazendo saudade dos que já morreram...
Nas noites de lua do sai no terreiro...
Consolando a mágoa...
Do triste... violeiro...
Viola cabocla é bem brasileira...
Sua melodia atravessou fronteira...
Levando a beleza pra terra estrangeira...
Do nosso sertão é a mensageira...
É o verde amarelo...
Da nossa... bandeira...
Viola cabocla seu timbre não falha...
Criada no mato como a samambaia...
Veio pra cidade de chapéu de palha...
Mostrou seu valor vencendo a batalha...
Voltou pro sertão...
Trazendo... a medalha...